Conteúdo para as Turmas: AE2a e AE2b
As instituições religiosas e a educação
→ a história da educação está intimamente ligada à própria história das instituições religiosas.
→ a casta sacerdotal compreendeu de maneira bastante clara, a importância de chamar a si o controle do sistema educacional, por mais informal e limitado que ele fosse.
→ desde os tempos mais remotos, sacerdotes, magos, feiticeiros, assumiram, com exclusividade, a tarefa de educar as camadas altas da sociedade, bem como de transmitir, a um pequeno grupo eleito, determinados conhecimentos e técnicas ligados à química, a astronomia, às belas-artes, etc., ou seja, o conhecimento científico e artístico da época.
→ já na era cristã, com a institucionalização progressiva da nova igreja, esta ação educativa intensificou-se, constituindo-se em uma força destacada no decorrer de toda a idade média.
→ a ação empreendida por Inácio de Loyola para o reconhecimento oficial da Ordem dos Jesuítas pelo Santo Padre teve um de seus argumentos mais decisivos na possibilidade de propagar, pela educação, a fé cristã, nos continentes ainda dominados pelo paganismo (África, Ásia e América).
→ foi por meio da ação educativa – intensa e organizada – que os jesuítas obtiveram o monopólio dessa atividade na Espanha, durante séculos, e influenciaram poderosamente o sistema escolar da Itália, da França e, muito particularmente, da América Latina, onde ainda hoje, sua ação nesse setor é ponderável.
→ nas escolas de ensino médio e superior, principalmente, tem sido muito grande a atuação das instituições religiosas, de modo mais acentuado nos países de tradição católica.
→ com o avanço progressivo da ação do Estado no campo da educação, a atuação religiosa tem se reduzido progressivamente ou, pelo menos, não tem crescido na mesma proporção.
→ no Brasil, um dos pontos-chave na discussão em torno da Lei de Diretrizes e Bases, nos anos 60, foi a alternativa entre Escola Pública e Escola Privada, esta última defendida fervorosamente pelas organizações religiosas.
→ terminou por vigorar a tendência da maioria dos Estados modernos de chamarem a si o controle e a execução da maior parte das iniciativas no plano educacional, reservado às organizações religiosas um papel suplementar.
→ apesar de tais tendências, é bastante acentuada a importância do papel da Igreja Católica no campo da educação, no Brasil, ainda em nossos dias.
→ também merece registro a entrada, no campo do ensino, em nosso país, de grande número de organizações religiosas não católicas. A maioria delas, de origem norte-americana, tem afluído para cá principalmente nos últimos 50 anos. Tais missões religiosas e educacionais localizam-se tanto nas cidades médias e nas capitais quanto no interior mais remoto, dedicando-se ao ensino fundamental e médio. Ultimamente, vêm penetrando no ensino superior, ao mesmo tempo em que se voltam para escolas de preparação profissional, BM como centros de assistência médico-social para trabalhadores, empregadas domésticas, crianças desamparadas, tec., além de cursos de alfabetização para adultos.
→ um ponto interessante a ser acentuado é o de que estas escolas confessionais tendem, em geral, a deslocar para plano secundário o ensino propriamente religioso e a conversão ostensiva de novos crentes, dedicando-se mais ao ensino leigo, aplicável à vida cotidiana, o que parece mostrar que seu conteúdo ideológico vai, aos poucos, matizando a ação socioeducativa.
→ este é um sinal do processo de secularização que afeta todas as instituições religiosas de nosso tempo. Tal secularização consiste na transferência de funções tradicionalmente exercidas pela igreja para outras instituições.
→ a Igreja renovada tende a voltar-se cada vez mais para os aspectos, por assim dizer, materiais da vida moderna, como a assistência social e a recreação, os esportes, etc., enquanto diminui sua esfera de atuação no campo especificamente espiritual. Em contrapartida, as clínicas especializadas, os centros de estudos psicológicos, os grupos de laborterapia, etc., em nome da ciência, vão, aos poucos, penetrando naquela área da vida do homem que, nas sociedades do passado, estava sob os cuidados religiosos e que tende, no presente, a receber um tratamento positivo, apoiado na ciência e não na fé.
→ outra característica das tendências modernas da religião é a sua democratização, entendida no sentido de maior abertura `a comunicação com as suas bases – sacerdotes de menor hierarquia e crentes, em geral.
* Conteúdo retirado do Livro Introdução à Sociologia Educacional, de Moema Toscano – Editora Vozes – 9ª edição.
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Um comentário:
intiresno muito, obrigado
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